O trem

Eu adoro trens! Costumava ir com meu pai assistir à partida e chegada das composições dos expressos Santa Cruz (linha para São Paulo) e Vera Cruz (linha para Belo Horizonte), lá nas gares da Central do Brasil e da Leopoldina, no Rio. Ficávamos sentados na plataforma e eu sonhava com o dia que viajaria naqueles lindos vagões metálicos. Na época, a grande paixão da molecada era o trem elétrico da Atma, um brinquedo com trilhos, vagões, locomotivas, sinais e desvios, que você podia ir ampliando até formar a sua ferrovia de verdade! A turma mais velha deve se lembrar de que eram comuns exposições de ferromodelistas, que nos encantavam com maquetes enormes simulando até mesmo cidades. Pois bem, o tempo passou, o mundo girou e a minha estreia foi no Trem do Pantanal, em um carro da primeira classe com cabine, chuveiro, moço de bordo e tudo o que tinha direito. Corria o ano de 1968 e percorremos o trecho de Campo Grande, ainda no Mato Grosso até Bauru, em São Paulo, em um dia e uma noite. P