Falando de cartas
Você ainda recebe alguma carta? Não, não estou falando das inevitáveis contas das concessionárias de serviços como luz, gás ou telefone. Ou as propagandas e convites para assinar a revista A, o jornal B e o canal de tevê C. Muito menos intimações judiciais, advertências do condomínio ou boletos de todos os valores. Refiro-me aquelas escritas à mão livre, pessoais, intransferíveis e perfumadas.
Cartas eram a maneira mais fácil e talvez segura das pessoas se comunicarem, antes do advento do telegrama (lembram?), email e whatsapp, exatamente nessa ordem. Historiadores datam sua origem em 3.200 A.C., na Mesopotâmia. Sua importância era tal que, por exemplo, o mundo só tomou ciência da descoberta do Brasil quando o escrivão Pero Vaz de Caminha mandou sua famosa carta a El-Rei Dom Manuel, de Portugal, em 1º de maio de 1500.
Cartas podem ser expressas, diplomáticas, comerciais, sociais, testamento, convites, despedidas, amor, ódio, anônimas ou até mesmo, sei lá porque, um mero envelope vazio. Quem nunca precisou de uma carta de apresentação? Ou escreveu uma carta de despedida? Chorou lendo uma carta de amor? Infelizmente cartas já foram usadas até como bombas.
Os envelopes das cartas eram uma espécie de roupa. O oficial, do Brasil, era um branco azulado com as margens nas cores verde e amarelo. Mas existiam envelopes completamente brancos, cinzas, azuis, pardos e até brancos com as margens em preto, para comunicados fúnebres.
Apesar de ainda existirem, as cartas foram perderam grande parte do seu espaço para o correio eletrônico, o popular email, que remete instantâneamente sua mensagem para qualquer lugar do mundo. Curiosamente, quando eu era criança, acreditava que as cartas — uma vez depositadas nas caixas do correio — iam ao seu destino pelo ar, voando através dos céus.
Quase acertei o futuro!
Foto: Google Imagens
(2015)
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