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Mostrando postagens de junho, 2023

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A Rosa do Rio

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A jovem executiva parou no sinal para atravessar a avenida e, sem mais nem menos, veio à sua cabeça o verso “ pensem nas crianças mudas telepáticas” , do Vinícius de Moraes. Cismada, puxou da memória o verso seguinte: “ pensem nas meninas cegas inexatas ”. Nossa, aí veio o resto com música e tudo, “ pensem nas mulheres rotas alteradas, pensem nas feridas como rosas cálidas ”. Caramba, o povo já estava do outro lado da rua e ela parada debaixo do sol, suando litros, com a música do Ney Matogrosso na cabeça. Aí se tocou que era isso, o sol, o calor, a luz quase branca que tomava conta do centro da cidade. Dava até para imaginar – que mané imaginar nada - sentir mesmo, como os japoneses receberam os no corpo os primeiros efeitos da bomba atômica. Pois é, um exagero, claro, mas se servia de consolo, a Rosa do Rio era apenas isso, calor tropical. Não matava ninguém, pelo menos não na hora. Olhou o relógio, percebeu que estava atrasadíssima para a audiência e atravessou a Rio Branco

Escritor ou torcedor?

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Pois é, meus amigos, acabei de perceber que é praticamente impossível escrever um artigo, crônica, conto, post para o blog, redação, bilhete, carta anônima, o que quer que seja, ouvindo pelo rádio uma transmissão de um jogo de futebol com o meu Botafogo. O problema é que a cada ataque do time adversário, as ideias perdem todo o nexo, sentido ou lógica. O pensamento voa para algum estádio de futebol distante e a criatividade desaparece a cada berro do locutor da partida (é, descobri que os locutores ainda narram um jogo como se estivessem nos anos 60). Desespero e impotência baixam quando o inimigo faz um gol e a única reação, nem um pouco racional, é xingar as mães de toda torcida adversária. Depois de noventa minutos de sofrimento, uma possível produção literária se resume a nada. Perdi a inspiração, o trabalho, meu tempo mas… O Botafogo venceu! (2020)

Água

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“A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.” (Guimarães Rosa) Eu era criança, talvez com uns oito ou nove anos. Morava com meus pais e minha irmã em Copacabana, no Rio, a uma quadra da praia. Um bom apartamento, um bairro grande mas ainda não superlotado, transporte e comércio na porta, escolas públicas com vagas. O Rio ainda era o Distrito Federal, a capital do Brasil. Infelizmente não tinha água…. Boa parte de minha infância foi profundamente marcada pela “rotina da falta d’água”: a banheira cheia de água para uso da casa, banho de “cuia” (expressão mato-grossense para aquele banho sem-vergonha usando uma bacia e um baldinho), evitar sujeira, não ir à praia, não desperdiçar o precioso líquido em hipótese alguma. No auge da crise, meu pai, desesperado, tomou uma atitude radical: comprou e mandou instalar uma enorme caixa d’água dentro do apartamento, ocupando um espaço livre na saída da cozinha. Quem entrasse em casa, pela entrada de serviç

Falando de cartas

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“Acreditem, havia vida antes do email (e do whatsapp)” Você ainda recebe alguma carta? Não, não estou falando das inevitáveis contas das concessionárias de serviços como luz, gás ou telefone. Ou as propagandas e convites para assinar a revista A, o jornal B e o canal de tevê C. Muito menos intimações judiciais, advertências do condomínio ou boletos de todos os valores. Refiro-me aquelas escritas à mão livre, pessoais, intransferíveis e perfumadas. Cartas eram a maneira mais fácil e talvez segura das pessoas se comunicarem, antes do advento do telegrama (lembram?), email e whatsapp, exatamente nessa ordem. Historiadores datam sua origem em 3.200 A.C., na Mesopotâmia. Sua importância era tal que, por exemplo, o mundo só tomou ciência da descoberta do Brasil quando o escrivão Pero Vaz de Caminha mandou sua famosa carta a El-Rei Dom Manuel, de Portugal, em 1º de maio de 1500. Cartas podem ser expressas, diplomáticas, comerciais, sociais, testamento, convites, despedidas, amor, ódio,