Um amigo
Aconteceu no inverno de 2018. A caminhada pela manhã de uma segunda feira, mostrou Friburgo ensolarada mas ainda com o resto do frio da madrugada e estranhamente deserta. Do Sans Souci até o Bairro Ypú, passando pelo Alto das Braunes, Santa Elisa e Catarcione, ônibus, carros e pessoas transitando eram raridades. Parecia um domingo mal colocado, como se o calendário tivesse enlouquecido.
Andei trechos enormes sem cruzar com ninguém. Quase não vi bicicletas, o que é uma pena, a cidade está ótima para elas. Na Praça Marcílio Dias, no Paissandú, retornou a civilização, mas muito distante do habitual. Algumas lojas se preparando para abrir, rodinhas em algumas bancas de jornais e um ou outro gato pingado naqueles botequins que nunca fecham.
Na Avenida, aí sim, muita gente aproveitando o sol para se exercitar, um casal de namorados em um banco à margem do Bengalas, idosos para lá e pra cá, além da turma que traz o cachorro para andar. Voltando para casa, subindo as Braunes, a mesma solidão do início da jornada diária: ninguém nas ladeiras ou na Estácio (não teve aula).
Para não dizer que não conheci ninguém, aí em cima está um gato gente boa que fez a maior festa quando me viu na frente da petshop e posou para a foto como um modelo felino. Coisas de nossa cidade. Nesses tempos estranhos, vale a imagem.
(2018)
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