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Mostrando postagens de setembro, 2022

O alienígena

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© Carlos Emerson Junior   De repente, no meio de uma rua deserta do Sans Souci, uma bolinha espinhenta, com jeito de já ter sido um vegetal, despencou lá do céu, bateu no boné e caiu bem minha frente, na calçada. Passado o rápido susto, me abaixei para ver o que seria aquilo. - Leve-me ao seu líder! A voz era imperial, autoritária, mas soava muito engraçada, fininha, parecia aqueles discos de vinil tocados na rotação mais rápida. – Quem falou? – Eu, seu idiota, você está quase pisando em mim. Não havia dúvidas, a voz aceleradinha vinha da, do, sei lá, coisa marrom cheia de pontas. - Leve-me ao seu líder ou aguente as consequências. Não é possível, devia ser um sonho ou alguma pegadinha de uma das tvs locais. Olhei para os lados, para cima e nada, tudo continuava deserto como sempre. – O que quer dizer com consequências? - Vamos acabar com seu mundo em questão de minutos. Bilhões de seres como eu despencarão em cima de toda a vida do seu planeta e a c

Dia lindo

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  © PMRJ Caminhava tranquilamente pelo badalado Boulevard Olímpico, no centro do Rio. Absolutamente nada para fazer, nada para se preocupar, nada a temer. O dia lindo, explodindo de azul, até permitia que ele contemplasse, admirado, os armazéns, sobrados e igrejas que a antiga Perimetral escondera durante tantos anos. Mas o melhor de tudo era a sensação de liberdade, poder circular pra cá e pra lá como uma pessoa qualquer. Os últimos três anos, trancado no presídio, foram a gota d'água. Sabia que não teria outra oportunidade de mudar de vida, de cidade ou até mesmo de país. Além do mais estava ficando velho e muito manjado. O importante agora era ficar longe das confusões, dos cambalachos. Como sobreviveria depois de tanto tempo aprontando era uma incógnita mas, enfim, a gente acaba dando um jeito. Perto do Armazém da Utopia foi abordado por uma patrulha da polícia: – Olha só quem está aqui, o famoso Zé das Couves. Cidadão, parado, abra as pernas e levante os braços, v