O caso das bananas

 

 

© Carlos Emerson Junior

 

Uma jovem, durante a quarentena, resolve preparar uma iguaria de infância, banana cozida, servida com açúcar e canela, uma delícia. Liga para o mercadinho da rua e pede para entregarem em sua casa 5 bananas da terra, bem maduras. O atendente anota o pedido, combinam a entrega e voltam as suas atividades: ela, terminar o trabalho gráfico no computador caseiro e ele, separar as bananas, embalar e chamar o motoboy para fazer a entrega. Tudo normal, apenas mais uma compra em um dia de isolamento social.

Quinze minutos depois o interfone da jovem toca, devem ser as bananas, pensa a jovem enquanto atende a ligação:

- Sim, fui eu mesma. Dá para colocar no elevador e mandar pra cá? Que bom, obrigada.

E dito isto caminhou até o corredor, aguardou a chegada do elevador, abriu a porta e quase caiu dura para trás: ao invés das 5 bananas, o infeliz do dono do mercado tinha enviado 5 pencas com 12 frutas, ou melhor, 60 bananas! E agora? Só um batalhão para dar conta de tantas bananas cozidas.

Correu para o telefone.

- O senhor enlouqueceu? O que é que eu vou fazer com tantas bananas?

- Também estranhei, mas foi a senhora mesma que pediu as 5 pencas. Tudo bem, não vamos brigar. Deixe as bananas no elevador que já vou aí pegar, ok?

- Legal, o senhor é gente boa. Posso separar as minhas 5 bananas?

- Sem dúvida e fica como cortesia do mercado. Perdoe a confusão.

- Eu é que peço desculpas, acho que nós dois confundimos tudo. Deve ser essa quarentena.

- Nem me fale! Até já, estou saindo.

Pois é.

 

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