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Mostrando postagens de abril, 2022

Vamos pintar a casa?

  Pensar em pintar sua casa é uma coisa, decidir (prá valer) é que são elas. Começa pela necessidade, sempre vai ter alguém garantindo que dá para segurar por mais uns dois ou três anos. - Olha só, o branco só está ligeiramente amarelado e tem umas manchas cinza na parte inferior das paredes. Ninguém nota. - Como ninguém nota, isso é fungo, se espalha que é uma desgraça! - Exagero seu, essa pintura ainda aguenta uns bons 5 anos, vai por mim. Pois sim! Superada essa fase, aparecem os palpiteiros das cores, cheios de certezas e modernidades. - Ah, a sala ficaria linda num tom fúcsia almiscarado, contrastando com as paredes roxo claro tipo sexta-feira santa do quarto do casal e um verde tempestade tropical em alto mar no escritório. Vai ficar chiquérrimo. - Jamais, só faltou colocar sancas douradas! Prefiro um tom mais neutro, tipo um azul clarinho, mesclando com um rosa amor no quarto de vocês e creme de abacate na área de trabalho. - Pô, estamos falando de cores, não de sobremes

Contos ou crônicas?

Contos rendem crônicas? Ou seria o contrário? De qualquer maneira, estou falando de dois gêneros literários diferentes, apesar serem quase irmãos. Basicamente, o primeiro conta uma história geralmente curta, de ficção ou não, enquanto o outro fala sobre o cotidiano, num estilo que beira o jornalismo.   Cresci cercado de crônicas por todos os lados. Meu pai contava os casos da capital (o Rio de Janeiro, óbvio) nos jornais de Campinas. Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Nélson Rodrigues e tantos outros foram leitura obrigatória na adolescência. O efeito colateral foi sério: contos, romances, poesias e uma vontade incontrolável de escrever.  Crônicas geralmente são envolventes, acessíveis, familiares até. Uma celebridade morreu? Crônica nela! O governador roubou e foi cassado? Crônica nele! Qualquer assunto é motivo para uma crônica, não importa se é árido como uma lápide, fogoso como o carnaval, triste como um velório.  Já os contos são uma

Frio de abril

  Depois de 23 dias isolado em uma CTI no Rio de Janeiro, não via a hora de retornar para Nova Friburgo. Sonhava com minha casa, o bosque do condomínio, o ar limpo,  o silêncio das noites cortado apenas por um ou outro inevitável latido de um cão, o coaxar de sapos, dia sim e no outro dia também. Pela manhã,  acordar com o canto de bem-te-vis e canários e os gritos das maritacas. Pois bem, esse dia chegou, dei adeus para minha cidade natal e subi a serra para a cidade que me adotou. Como esperado, tudo estava dentro dos conformes. É muito bom (e faz bem para a saúde) você ver sua cama, sua poltrona, suas roupas, seus livros, retomar sua vida, enfim. O que eu não contava, ou tinha me esquecido nessas duas semanas e meia de internação foi do clima. Esqueci que aqui faz frio. Meus caros, em Friburgo as estações são bem definidas e a temperatura cai a medida que os dias passam. No começo, o friozinho da noite pede um pijama ou um cobertor mais grosso. É como dormir com ar concionado

Recomeçar

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          Uma nova história. Uma nova crônica Quem sabe um conto, poesia? Não importa o que seja, até mesmo aquelas bobagens que nascem nas nossas cabeças a todo momento. É hora de sentar em frente ao PC e transformar todos os pensamentos em palavras. Falar é fácil, claro, nunca fiquei tanto tempo sem escrever uma lista de compras que seja e parece que fiquei com as mãos e a cabeça completamente enferrujados. É, decididamente a pandemia colocou minha criatividade em quarentena…  Mas vamos em frente, afinal, como diz o ditado, se a vida lhe trouxer um limão, faça um Whisky Sour. É sempre bom ter em mente que tudo passa, sejam amores, doenças, alegrias ou tristezas e por aí vai. Somos resilientes, mas dependendo do tamanho ou gravidade da situação, precisamos recomeçar, sair do zero mesmo, o que às vezes pode ser bem difícil e doloroso.   E é aí que entra o tente outra vez do Raul Seixas. Não dá para ficar parado, esperando o vírus sumir, a doença curar, o tempo passar sem perdo